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Indústria parada matará Coriscal
A Cooperativa Agrícola Cachoeirense (Coriscal), fundada em fevereiro de 1945, não conseguirá suportar por muito tempo a paralisação de sua indústria e pode rumar inevitavelmente à falência. A advertência foi feita nesta quarta-feira pelo médico veterinário Paulo Roberto Figueiró, que coordenou as últimas assembleias de associados da cooperativa.

Na avaliação de Figueiró, a indústria é a tábua da salvação da Coriscal, que permanece enredada na crise gerada com a Cooperativa dos Produtores de Plantio Direto (Cooplantio) de Eldorado do Sul. Se o beneficiamento de arroz não for retomado urgentemente, a Coriscal corre o risco de ingressar em um irreversível processo insolvência, alertou Figueiró.

AUTOLIQUIDAÇÃO – Neste mês, conforme ficou acertado na última assembleia de sócios da Coriscal, realizada em março deste ano, o processo de autoliquidação da cooperativa deve ser levantado. Nesta quarta-feira, o liquidante João Paulo Moraes confirmou que a assembleia será convocada até o final de setembro, mas não garantiu que a autoliquidação será levantada. Ele disse que a prioridade agora é reverter o impasse com a Cooplantio. “Isso tem que ser feito no máximo até a semana que vem”, salientou João Paulo.

O liquidante concorda que a indústria precisa voltar a operar, já que a Coriscal possui encargos e compromissos a honrar. Ele voltou a dizer que a Cooplantio deve em torno de R$ 300 mil à Coriscal, já que a cooperativa de Eldorado do Sul deixou de pagar a conta de luz do complexo do Bairro Carvalho e também não repassou ganhos de engenho no arroz que foi beneficiado a partir de julho deste ano.


Sem consenso com a Cooplantio

Até ontem, as duas cooperativas não haviam chegado a um consenso quanto à decisão da Cooplantio de retirar o arroz que lhe pertence e que ainda está depositado na Coriscal. Como o controle do recebimento de grãos está com a cooperativa de Eldorado do Sul, a indústria da Coriscal fica impossibilitada de receber produto para beneficiar.

Um dos associados da cooperativa cachoeirense, o produtor Arlei Haetinger revelou que os liquidantes João Paulo Moraes e Kurt Lowenhaupt chegaram a conversar na semana passada com um grupo de sócios e informaram que estavam prestes a fechar um acordo com a Cooplantio mediado pelo juiz da 1ª Vara Cível de Cachoeira do Sul, Afonço Carlos Bierhals.

PARCIAL - O acordo acabou não saindo, já que o presidente da Cooplantio, Daltro Benvenuti, aceitou parcialmente os termos da proposta costurada no gabinete do juiz. De acordo com João Paulo, a Cooplantio só aceitou devolver parte do arroz que pertenceria à Transportadora Charqueadas, de Pelotas, e pagar a conta de luz, mas se recusou a cogitar a ideia de pagar os créditos gerados a partir do ganho de engenho no beneficiamento de arroz.


“Coriscal retirou arroz da Charqueadas”

A Cooplantio informou que a Coriscal retirou parte do arroz que pertence à Transportadora Charqueadas, da cidade de Pelotas, e que estava armazenado no complexo do Bairro Carvalho. Por meio de nota, que está sendo publicada nesta edição do Jornal do Povo, a cooperativa de Eldorado do Sul revela que ao contrário do que a Coriscal declarou na audiência com juiz, o estoque de produto da Charqueadas não é de 2.115 sacos. O liquidante João Paulo Moraes declarou que a Charqueadas é detentora de 5 mil sacos do produto e que a Cooplantio os retirou dos armazéns.

Na nota, a cooperativa de Eldorado do Sul denuncia a prática de “eventos ilícitos” e diz que a Coriscal está tentando formar de maneira equivocada a opinião pública divulgando inverdades. Além disso, a direção da Cooplantio ressalta que não é obrigada a aceitar integralmente os termos de um acordo que traria prejuízos aos seus associados. A nota encerra com a informação de que a retirada do arroz dos armazéns é uma questão que está sub judice.

NÃO ISENTA - O liquidante João Paulo frisou que tudo o que a Cooplantio possa dizer não a isenta dos créditos que deve à Coriscal. Por outro lado, a cooperativa de Eldorado do Sul ressalta que nada pode ser maior do que a dívida da Coriscal, estimada em R$ 6 milhões.


>> Importante

Se o processo de autoliquidação da Coriscal, que já se arrasta por seis anos, realmente for levantado no final deste mês, os liquidantes terão que promover eleição para definir os novos conselhos administrativo e fiscal da cooperativa. No entanto, a assembleia de associados é soberana para adotar qualquer medida, incluindo a suspensão do fim da autoliquidação, ressaltou o veterinário Paulo Figueiró.
Data: 16/09/2013
Fonte: PlanetaArroz.com.br

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