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Arroz mantém cotações em junho
Velocidade da alta, no entanto, começa a cair em relação a maio pela resistência do varejo ao repasse dos preços da matéria-prima e aumento da oferta do produtor para cumprir com compromissos de custeio e compra de insumos para a nova safra.

Arroz beneficiado tem resistência do varejo ao repasse da alta da matéria-prima.
Depois de alcançarem uma valorização de 3,42% no mês de maio, as cotações do arroz em casca no Rio Grande do Sul acumularam uma alta de preços de 1,13% nos 17 primeiros dias de junho, segundo o indicador de preços do Arroz em Casca Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&FBovespa (58x10 / 50kg). Apesar da valorização, a semana começou com preços idênticos aos do início da semana anterior. Ao longo destes dias foi registrada leve retração. Assim, a cotação da saca de arroz em casca nos padrões citados, fechou em R$ 33,91 nesta segunda-feira (17/6), um valor equivalente a US$ 15,61 pela cotação do dia. Vale lembrar que o dólar vem alcançando forte valorização frente ao Real, o que poderá auxiliar num movimento de retomada das exportações, após os pífios resultados obtidos nos últimos meses.

O enfraquecimento na recuperação de preços já era esperado considerando a necessidade dos produtores fazerem caixa para cobrir as parcelas de custeio que começam a vencer em julho, pagamento de dívidas e até mesmo a compra de insumos para a próxima lavoura, que será formada no Rio Grande do Sul a partir de agosto, mas algumas operações de preparo de solo são iniciadas em julho, de acordo com o clima. Por outro lado, há forte resistência do varejo em aceitar o contínuo repasse do custo da matéria-prima, pelas indústrias, ao produto beneficiado. O próprio Cepea reporta uma retração na comercialização de beneficiado, em maio, para o varejo.

No mercado livre gaúcho o cereal é comercializado entre R$ 32,50 e R$ 33,50 na maioria das praças, preço bruto ao produtor. Nos polos industriais o valor oscila entre R$ 33,50 e R$ 34,00. Exceto na Fronteira-Oeste, onde Itaqui e Uruguaiana voltaram a apresentar valores um pouco inferiores à Zona Sul e Planície Costeira Interna. Nos dois anos passados a razão do “descolamento” das cotações da Fronteira Oeste dessas regiões citadas, teria sido a demanda para exportações. Em 2013, esse fenômeno não tem esta justificativa e os analistas consideram que pode ser um “aumento regionalizado de oferta”. No entanto, ainda é uma situação pouco clara, que também pode estar relacionada à maior concentração de grandes indústrias, com mais condições de estabelecerem seus preços, uma vez que não são muitas as opções dos produtores.

Em Santa Catarina as cotações permanecem estabilizadas entre R$ 32,00 e R$ 33,00 no Sul do Estado, e em até R$ 34,00 em Turvo. No Mato Grosso, com uma safra suficiente para abastecer as indústrias no primeiro semestre, mais as importações do Paraguai, as cotações se mantiveram na faixa de R$ 35,00 a R$ 36,00 para a saca de 60 quilos, com 55% acima de inteiros.

O avanço claudicante das cotações e a queda nas vendas externas, provocadas pelo maior preço interno e queda da competitividade do grão nacional, fez com que o governo federal reduzisse a pressão sobre o mercado com relação a leilões de oferta de arroz. Os baixos estoques públicos, principalmente de grãos de qualidade, também levaram à posição mais cautelosa. Os arrozeiros, no entanto, sabem que as águas paradas são profundas, e permanecem atentos à movimentação.

SETORIAL

A principal entidade de defesa dos interesses arrozeiros, a Federarroz, vive momento pré-eleitoral, cuja eleição acontecerá no próximo dia 27, e com a situação de calmaria no mercado, arrefeceu o ímpeto de negociações com o governo federal. A pauta deverá ser retomada na virada do mês pelo futuro presidente, que sairá dentre os nomes do ex-presidente da Associação de Arrozeiros de Alegrete (RS), Henrique Dornelles, e do ex-presidente da Associação de Arrozeiros de Tapes (RS), Juarez Petry, segundo notícia circulante no setor. Renato Rocha já cumpriu os dois mandatos possíveis segundo os estatutos da entidade e será conduzido ao Conselho Consultivo, formado pelos ex-presidentes da entidade.

INTERNACIONAL

No cenário internacional, a semana foi de confirmação do avanço da China para a condição de maior importadora mundial, com 2,7 milhões de toneladas. A Índia, com grandes estoques armazenados em quase três anos de ausência do mercado externo, se manterá como a maior exportadora, uma vez que a Tailândia mantém sua política de valorização dos preços internos e o Vietnã não conseguiu suprir a ausência de sua principal concorrente do mercado, exatamente pelo ingresso da Índia. Nota-se também um grande esforço da nações africanas em busca do auto suprimento. No Mercosul, a notícia que gera expectativa foi o anúncio, por autoridade do Iraque, no Oriente Médio, de que uma carga adquirida no Prata teria uma concentração de arsênico acima do desejável. Os preços internacionais tiveram leve queda na primeira quinzena de junho.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica cotações médias estáveis de R$ 33,60 para a saca de arroz de 50 quilos, em casca, no Rio Grande do Sul. O valor referencial para a saca do produto beneficiado, em 60 quilos, é de R$ 70,50, com valorização de 50 centavos em 10 dias. Nos demais produtos derivados, estabilidade total. A tonelada do farelo de arroz colocada em Arroio do Meio/RS se manteve em R$ 350,00, uma vez que a boa safra de verão garante o abastecimento de soja e milho para as rações. Também estável é o preço do canjicão (60kg/FOB) em R$ 37,00. A quirera (60kg/FOB) permanece em R$ 33,50.
Data: 24/06/2013
Fonte: Vetagro

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